O cajón é um instrumento de origem afro-peruana que vem ganhando muita popularidade nos últimos anos. Compacto, ele tem se tornado o instrumento preferido dos bateristas em situações mais acústicas. Apesar disso, ainda é bastante raro o material didático específico sobre o instrumento, que possui técnicas próprias. Pensando nisso, resolvi fazer um guia em várias partes sobre o Cajón, tanto para quem está pensando em começar, quanto para aqueles que já conhecem o instrumento há mais tempo.

Olá, bateras, tudo tranquilo? Espero que sim, por aqui está tudo ótimo. E aqui estamos para mais uma parte do nosso guia prático de cajón

Na Parte 2 do nosso guia aprendemos como utilizar as duas mãos alternando entre os sons grave e agudo para construir nossos grooves com mais swing. No texto de hoje vamos aprender a usar uma ferramenta que pegamos emprestada da bateria: a vassourinha!

As Vassourinhas

 

É possível encontrar no mercado uma série de modelos de vassourinhas: cerdas de metal, cerdas de nylon, retráteis, não retráteis, com ou sem rebite na parte de trás. Existem, inclusive, vassourinhas específicas para o cajón, que contam com uma pequena almofada no cabo para que consigamos fazer o som de bumbo na parte mais abaixo do cajón. Não se preocupe, vamos aprender a usá-las nesse post!!

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Pessoalmente, prefiro as vassourinhas de metal, pois o som me agrada mais, principalmente se utilizamo-las para fazer escovações laterais além dos toques verticais. Além disso, já vi meus alunos tendo más experiências com as de nylon, uma vez que nem sempre os fabricantes observam que o material pode danificar o tampo do cajón abrindo verdadeiras crateras.

Na hora de segurar a vassourinha eu recomendo a seguinte pegada, num traditional grip invertido, como se a vassoura fosse um lápis:

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Essa forma de pegar evita que tenhamos que nos contorcer para tocar o instrumento. Lembre-se que o toque deve ser dado com o movimento do pulso ou dos dedos, nunca do braço.

A seguir, os grooves estarão separados por Vassourinha Simples e Vassourinha Para Cajón, pois nesses últimos será necessário produzir o som de bumbo com a própria vassourinha e não apenas com as mãos.

 

Grooves de Vassourinha Simples

 

Nos grooves abaixo tocamos as colcheias com a vassourinha na mão direita (esquerda para canhotos), simulando um chimbal. A outra mão alterna entre os sons grave e agudo. Quem já é baterista de longa data vai tirar de letra, pois trata-se apenas de fazer os grooves que sempre tocamos substituindo o pé do bumbo pela mão esquerda, enquanto a mão direita faz as colcheias do prato.

 

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Grooves de vassourinha para Cajón

 

Para os próximos grooves, será necessária a vassourinha para cajón com a almofada própria para produzir o som grave (ver foto acima). Assim como nos grooves de vassourinha simples, uma das mãos fará as figuras de bumbo e caixa, enquanto a outra toca com a vassourinha. Agora, no entanto, há um novo elemento, o som grave produzido com a própria vassourinha, representado na primeira linha de baixo para cima do pentagrama, logo abaixo do bumbo normal feito com a mão esquerda.

Antes de iniciar, procure produzir um som grave com a vassourinha o mais parecido possível com o som grave produzido com as mãos. Dependendo do seu cajón e da sua vassourinha, isso pode exigir que você golpeie uma área um pouco diferente do que a da mão – no meu caso, um pouco mais abaixo e ao centro do cajón. Uma boa dica é procurar também por uma vassourinha com uma almofada macia e mais pesada, com um formato maior, pois isso possibilita emular a mão de uma forma mais convincente – lembre-se que para produzir o som grave utilizamos toda a mão.

Outra dúvida frequente dos meus alunos é se as cerdas da vassourinha devem tocar o cajón junto com a almofada. Teoricamente, isso deve acontecer sempre e tão somente quando o som grave estiver na cabeça do tempo (1, 2, 3 ou 4) ou no contratempo (o “E”), pois assim estaríamos representando o maior número de colcheias possível com as cerdas. Acontece que muito facilmente as cerdas baterão no cajón mesmo quando não desejado, e isso não necessariamente descaracteriza o groove. Por questões de clareza e praticidade, portanto, optei por não representar essas notas pelo “X” junto com o grave da almofada.

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Ficou difícil? Então assista ao vídeo abaixo que eu gravei mostrando todos esses ritmos:

Lembrando que todos esses exercícios são do meu livro “A Arte do Cajón“, um método completo sobre esse instrumento fantástico, com mais de 200 exercícios e ritmos a um preço extremamente acessível.

Então é isso aí, eu espero ter ajudado, e lembro que estou disponível para responder quaisquer dúvidas no espaço abaixo, ou pelas minhas outras redes sociais. Bons estudos e até nossa parte final do Guia Prático no próximo mês!

 

Pedro Alvez

 

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Texto publicado originalmente no Blog do Baterista.

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